"Está estragado, por que você não joga fora?"
Às vezes é uma peça quebrada, às vezes é apenas um arranhão, e assim alguns meses ou anos de história são ignorados. Claro que ninguém quer ficar com brinquedos estragados em casa, mas muitos não vêem uma alternativa, mesmo quando gostam dessas coisas.
Outras vezes, uma criança cresce e deixa de gostar de suas bonecas, bichinhos ou brinquedos. Parece uma boa idéia colocar tudo numa caixa e fazer uma doação, certo? Mas justamente por não mais gostar ou se importar, muitos desses brinquedos chegam às instituições de caridade em péssimas condições.
O Doll Hospital surgiu de uma vontade de salvar brinquedos.
Começou na casa da minha avó: como nós somos 5 primos e minha avó tem muitos amigos com filhos, sobrinhos ou netos pequenos, brinquedos de várias épocas foram se acumulando numa velha garagem e nunca foram jogados fora - sempre aparecia uma criança que, entediada com a conversa dos adultos, descobria que havia bonecas, carrinhos e blocos de montar escondidos num canto da casa.
Mas uma dessas bonecas, bem maior e mais velha que as demais, ficava em cima de uma cama, num quartinho de hóspedes. Estava empoeirada, suja, com os cabelos mais estragados o possível e cheia de manchas de canetinha (quanto amor ela não deve ter recebido!). O que me disseram? "Vamos jogar ela fora."
Meu coração parou e eu tive certeza do que eu queria para aqueles brinquedos. Decidi falar com minha vovó, ela ia entender.
A proposta do Doll Hospital Project é documentar trabalhos e discutir idéias sobre a restauração, salvamento (se pudermos chamar assim) e doação de brinquedose bonecas. Além de uma pequena história e de fotografias das restaurações, o Doll Hospital também contará com matérias relacionadas a brinquedos específicos ou temáticos, assim como entrevistas, ilustrações, coleções e algumas opiniões pessoais.
Sinta-se livre para comentar, seguir o projeto aqui ou através do tumblr ou facebook. Sugestões são sempre bem vindas! Fale com a enfermeira por email: enfermeira@dollhospital.com.br.